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Palestina: Entre a Apatia e a Luta

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A origem e o início do genocídio em curso na Palestina não são de todo recentes. São décadas dos mais hediondos crimes contra a Humanidade, testemunhados ao vivo, pelos media e nas redes sociais.

Vivemos numa era em que o capitalismo globalizado envolve vários cantos do Mundo no mesmo ciclo produtivo. Invés de encararmos a imensidão do globo com apatia, devemos construir verdadeira solidariedade internacionalista ao percebermos que os nossos problemas são comuns, e que o proletariado deve ter uma resposta unificada para a sua superação definitiva.

Entendemos então que da mesma forma que o estado terrorista de Israel não pratica os seus crimes de forma isolada, a luta dos palestinos é uma luta comum aos trabalhadores de todo o mundo. “Luta” significa, principalmente perante um Genocídio, muito mais do que comunicados e condenações pontuais.

Porém, no campo da esquerda que se diz defensora do povo Palestiniano, observa-se mais uma postura “patriótica” e moralista, que traz danos profundos ao movimento. No geral, limita-se a frases condenatórias, palavras de solidariedade e manifestações pacíficas de rua.

A situação na Palestina implica ação direta disruptiva por parte des comunistas em Portugal.

As grandes organizações sindicais e de esquerda com capacidade de mobilização popular hostilizam o escalar das ações contra o estado sionista, adotando apelos vazios à paz e às soluções do sionismo.

A paz contra genocidas constrói-se com resistência e luta armada.

Ao contrário do que vemos neste contexto do Reino Unido à Grécia, a desobediência civil, a greve geral, e o condicionamento tático da máquina de guerra sionista não são sequer equacionáveis para as organizações que se autoproclamam como "vanguarda" dos trabalhadores.

Dando o exemplo de quando Portugal contou com a presença de aviões caça F-35 vendidos a israel na Base das Lajes: compete aos comunistas responsabilizar o Governo como cúmplice no Genocídio e impedir qualquer material de ser exportado para o estado sionista.

Surge-nos como tarefa imperativa desbravar um caminho prático e teórico que cumpra o devido significado da solidariedade internacionalista para com o povo palestiniano. Um programa com respostas concretas para construir um bloqueio académico, comercial e militar ao estado sionista, Que saiba coordenar-se com o restante movimento pela Palestina a nível nacional e europeu. Que saiba construir redes de apoio mútuo e acolhimento aos refugiados do Genocídio. Que saiba denunciar os laços do sionismo no governo burguês e que saiba ligar as suas raízes ao sistema capitalista. Consideramos que é tarefa prioritária do movimento comunista construir a Greve Geral pela Palestina e bloquear os lucros dos capitalistas até o Genocídio ser travado.

Perante a dura realidade do Holocausto Sionista devemos estar preparades para utilizar todas as táticas que se mostrem úteis para denunciar ou afetar a máquina de morte sionista. Enquanto se foca nas eleições, foge dos métodos ilegais e semi-ilegais de luta, e se recusa a mobilizar nos sindicatos pela Greve, o PCP falha em dar ao movimento um caminho de luta.

Compete aos comunistas reorganizarem as vias revolucionárias da solidariedade internacionalista.

Apontamos que o estado burguês apenas percebe uma linguagem, que é o impedimento ou desestabilização da produção e circulação do capital, sendo necessário implementar medidas que consigam efetivamente levar isto a cabo. Sem estas medidas, o governo e as entidades ligadas ao Sionismo não sentirão qualquer ameaça nem pressão para cortarem laços económicos, apenas esperando até que os protestos no melhor dos casos ou se dissipem sem quaisqueres custos materiais, ou no pior dos casos, que sejam dispersos através da repressão policial, contra a qual não são empregados meios de resistência.

Com a viagem da flotilha Sumud rumo a Gaza com ajuda humanitária, evidenciou-se a postura geral do PCP, e outras organizações de esquerda, quanto à questão da Palestina.

Em primeiro lugar, desde que a flotilha partiu em Agosto deste ano, o PCP não disse nada sobre ela, sendo a única exceção quando Paulo Raimundo foi questionado por jornalistas. Mas mesmo assim, não consegue nem sequer mencionar o nome da companheira de Parlamento, Mariana Mortágua. O único a fazê-lo foi João Ferreira, também depois de questionado por jornalistas.

Depois, enquanto o movimento aponta forças para grandes manifestações nacionais, o partido inunda as suas páginas com propaganda autárquica, quase como se não tivesse acontecido um rapto em massa em águas internacionais.

Mas seria mau demais um silêncio absoluto com estas mobilizações. Com isto, o partido responde com uma presença de três representantes no protesto de Lisboa (02/10), fazendo uma condenação dos atos de desobediência civil e preenchendo tudo o resto com apelos inúteis ao governo e instituições burguesas, sendo estes últimos cúmplices do genocídio.

Este conjunto de ações e inações torna bem clara qual a postura adotada pelo PCP e seus aliados. É facto que são essas as organizações com maior poder de mobilização à esquerda. Com as forças apontadas para o institucionalismo, ajudam de forma direta para que os protestos pela Palestina não se elevem para o grau necessário que esta luta necessita. Estas ações estão extremamente distantes daquelas necessárias e que compõem a postura internacionalista.

A resposta é urgente:

Pela reorganização do movimento comunista! Pela reconstrução do Partido Comunista!

Pela Greve Geral e Internacional pela Palestina!

Pelo bloqueio de todos os ativos sionistas!

VIVA A LUTA DO POVO PALESTINO!

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